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Reuma.pt Sociedade Portuguesa de Reumatologia

Outubro 2017

Vasculites

A 22 de Outubro de 2014 foi colocado online o protocolo do Reuma.pt para as vasculites. Três anos volvidos, fazemos nesta newsletter um pequeno balanço do que se conseguiu.

Sendo as vasculites um grupo de doenças raras, não deixa de ser surpreendente o facto de haver actualmente 635 doentes registados. Uma análise mais detalhada (gráfico seguinte), permite perceber que se destacam duas doenças: a doença de Behçet, com 43,9% dos diagnósticos, e a arterite de células gigantes, com 18,2% dos diagnósticos. Seguem-se a granulomatose com poliangeíte (5,8%) e a poliarterite nodosa (4%), num total de 25 diagnósticos diferentes. Refira-se ainda que estão registados 29 óbitos.

Vasculites Reuma.pt

Mais de dois terços destes doentes (69,3%) são do sexo feminino, e 76,1% estão registados em centros do sul do país. No quadro seguinte, apresentamos alguns outros indicadores relativos às idades dos doentes com vasculites:

Indicador Média DP N
Idade de início da doença (anos) 43,5 22,7 544
Idade de diagnóstico (anos) 46,9 20,6 553
Idade na última consulta (anos) 53,3 19,2 635

Centrando agora as atenções na doença de Behçet, o volume de doentes registados permite desde já perspectivar um significativo aumento da prevalência desta doença na população portuguesa, Em 1991, foi publicado um estudo que referia 1,5 doentes por 100000 habitantes.  Em 1997, uma casuística nacional referia 2,4 doentes por 100000 habitantes.

Esta doença é maioritariamente diagnosticada em regiões atravessadas pela antiga rota da seda, principalmente na Turquia, onde se estima uma prevalência superior a 420 casos por 100000 habitantes. A prevalência é menor no Japão (100/100000) e consideravelmente menor nos Estados Unidos (1–2/100 000) e na Europa (1/300 000).

Apesar de diversos estudos referirem que a prevalência no sul da Europa é bastante superior às restantes regiões europeias, Portugal tem aparecido sempre com prevalências consideravelmente inferiores a Espanha  (7,5/100000). Os dados registados no Reuma.pt poderão permitir aproximar as prevalências nestes dois países, ficando ambos claramente acima da média europeia, apesar de não fazerem parte da rota da seda.

Terminamos agradecendo a todos os profissionais de saúde que têm contribuído com o registo de doentes e consultas neste protocolo.

 

 
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