Numa época tão complexa como a que vivemos e em que a prática clínica sofreu tantas alterações, agradecemos a todos os que têm efectuado o registo dos doentes reumáticos que foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2.

A colaboração de todos é fundamental para obtermos dados robustos que nos orientem na melhor forma de cuidar dos doentes reumáticos. Na secção “Sabia que…” esclarecemos como efectuar correctamente o registo e todos os passos essenciais.

Foram já registados no Reuma.pt 39 doentes com Covid-19, dos quais 29 homens e 10 mulheres, com idades compreendidas entre os 8 e os 90 anos. 4 doentes faleceram (todos com causa atribuída ao vírus SARS-CoV-2), 27 recuperaram totalmente e 8 encontram-se ainda sob avaliação.

Dos doentes registados, 29 foram infectados por contacto próximo com alguém infectado. Os diagnósticos com mais doentes infectados são a espondilartrite axial (9), a artrite reumatóide (8), o lúpus eritematoso sistémico (5) e a artrite psoriática (4). Registam-se ainda 17 doentes a fazer terapêutica biológica à data do diagnóstico de Covid-19.

Os dados obtidos são partilhados regularmente e de forma anónima com o registo da European League Against Rheumatism (EULAR) que posteriormente irá partilhar com a Global Rheumatology Alliance (GRA); para além disso estes dados ficarão disponíveis para utilização pelos investigadores nacionais de acordo com as regras de acesso aos dados do Reuma.pt.

Como registar correctamente os doentes com infecção por SARS-CoV-2

Deverão ser registados todos os doentes reumáticos infectados com SARS-CoV-2, independentemente da terapêutica. Para tal deverão seguir os seguintes passos:

1. Inserir o diagnóstico no separador "Patologias associadas", seleccionando a opção que se aplica (“Infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2)” ou “Teste do novo coronavírus (SARS-CoV-2) positivo”) e registar a data de início dos sintomas;
2. No separador “Covid-19” preencher a data do diagnóstico, dados epidemiológicos, sintomas, assinalar comorbilidades de interesse, se fez e qual o tratamento para SARS-CoV-2, se teve complicações, se houve modificação do tratamento da doença reumática e dados laboratoriais durante a infecção;

   

3. No caso de estarem presentes comorbilidades de interesse estas devem ser também registadas no separador “Patologias associadas”;
4. Actualizar nos menus correspondentes a seguinte informação:
   
   • a. Dados do doente, se aplicável, nomeadamente raça/etnia;
   • b. Hábitos tabágicos;
   • c. Terapêutica em curso, incluindo ajustes posológicos ou interrupções;
   • d. Actividade da doença reumática;
   • e. No caso de um doente previamente medicado com fármacos com potencial de redução de replicação viral/controlo de manifestações da infeção (por ex.: HCQ, colchicina, IvIG), os mesmos apenas devem constar no separador tratamento de doença reumática pois não foram iniciados devido à infecção.
5. Quando for conhecido o desfecho relativamente à infecção por SARS-CoV-2, registar no separador "Patologias associadas” a data de término deste evento;
6. No caso do óbito do doente, registar no separador “Identificação do Utente” o fim do seguimento e a respectiva data.